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BAIRRO POÇÃO CUIABA




                                         Bairro bicentenário é fonte de memórias e expectativa

 

Dos pontos de charretes aos de táxi, da iluminação com lamparina à energia elétrica, do tradicional sapato artesanal aos de confecções. Toda esta transformação foi vista e vivida pela população tradicional do Poção, bairro com mais de 200 anos, que registrou o início do povoamento em Cuiabá.  Localizado no Centro da Capital entre as avenidas Fernando Corrêa, General Mello, General Vale e Miguel Sutil, a área, que até a década de 50 fazia parte da periferia e não tinha qualquer infra-estrutura, hoje tem os espaços mais caros da cidade. Quase meio século se passou da época em que os charreteiros da região faziam fila na rua Cerqueira Caldas para atender os pedidos dos poucos moradores. Naquele tempo, todos usavam trilhas para transitar; se divertiam em "quitutes dançantes" regados a ponche e ao som das sonatas. "Há uns 40 anos eram poucas casas que tinham energia elétrica. Depois, 2 moradores compraram uma televisão e na porta de suas casas os vizinhos passaram a fazer filas para assistir novelas e a programação da tv brasileira, de origem recente", lembra o vereador Luiz Poção, morador que foi presidente do bairro em 3 gestões e que hoje ocupa uma das cadeiras da Câmara Municipal de Cuiabá, levando no sobrenome a sua origem.Hoje quem ocupa a presidencia do bairro e a srª berenice leão uma das melhores presidentes que ja teve na frente do bairro fazendo o possivel para que o bairro creça mais e mais ela ja esta na gesões pela 2 vez.O bairro também é daquele tempo a lembrança de tomar banho e comer peixe tirado do Córrego do Gambá, hoje reduzido a um condutor de esgoto que vez ou outra vira depósito de lixo, animais mortos, móveis e utensílios domésticos velhos. Nos últimos 5 anos, uma mudança irreversível toma corpo no lugar. As poucas e tradicionais casas de adobe foram trocadas por prédios verticais. E os moradores que não conseguiram permanecer no bairro venderam suas casas e mudaram para outros como Tijucal e CPA. O novo comportamento, associado a falta de investimentos no resgate cultural, são 2 elementos apontados como fundamentais para esquecimento da história. "Essa é uma mudança que não temos como impedir. Muitos dos moradores antigos e humildes morreram ou se mudaram. Veio gente nova, que não conhece e não faz questão de conhecer nossa história. Que chegam em suas casas para dormir e procuram diversão em outros lugares". O registro histórico, o vereador afirma que existe. Foi feito há 10 anos em formato de dossiê com a parceria da Unic e da Federal de Mato Grosso (UFMT). Violência é apontada como o maior problema  Da Redação  Presidente há 3 anos do bairro Poção, Valter Martins dos Reis, conta que um dos principais problemas enfrentados pela comunidade atualmente é o da violência. Os assaltos à mão armada cometidos por condutores de moto são corriqueiros há meses. Celulares, bolsas, dinheiro e residências são atacadas. "A reclamação desses casos é grande e cíclica. Depois de conversar com a polícia e pedir segurança, até que as ações param. Mas logo depois, tudo recomeça". O bairro é todo asfaltado, conta com iluminação pública, linhas de ônibus, uma creche, um centro comunitário e três escolas, duas públicas e uma particular. A estrutura atende à clientela do bairro e das localidades vizinhas. Mas, o presidente afirma que falta manutenção. "A prefeitura está recapeando uns buracos de rua nessa semana. Porém tem a troca de lâmpadas em postes públicos e a manutenção dos prédios públicos. Faltam placas de sinalização para o trânsito e investimento em áreas de lazer". A única praça do bairro há 10 anos perdeu os aparelhos de diversão infantil, que nunca foram recuperados. A alternativa que resta é a de usar o local para jogos de futebol e como área para eventos pontuais. "A falta de lazer e a violência é um dos nossos grandes problemas. Precisamos de investimentos no resgate cultural do bairro, em diversão e mesmo no desporto". O prédio do Centro Comunitário está inutilizado há meses, também por falta de manutenção. Os vidros da janelas foram todos quebrados, as portas estão danificadas e em seu interior não existem móveis. "O lugar é usado pelo clube de idosos nas 5ª feiras para aulas de dança e por uma família que mora para preservar o que resta", lamenta Reis.  Ex-feirante e sapateiro viu o bairro crescer  Da Redação  José Benedito da Silva, 98, foi um dos primeiros feirantes de Cuiabá e o responsável pela produção dos sapato de toda a comunidade tradicional do bairro Poção. Hoje, adoentado, ele é um dos únicos que conhece toda a história da comunidade desde a sua fundação a viver no local com os filhos. O primeiro ponto da feira em Cuiabá, ele lembra, foi na avenida Generoso Ponce. Com os sapatos à mostra, ali ele conseguia ampliar a venda além dos limites do bairro. Da Ponce, os feirantes migraram para onde hoje funciona o Sesc e depois para o Porto. Com a venda do produto e com os garimpos aleatórios no córrego do Gambá, Silva criou todos os filhos no local e nunca pensou em mudar. Da origem do nome "Poção", ele e moradores que conhecem a história contam que está diretamente relacionada a existencia de um grande poço de água, na rua Papa João Paulo XXIII. Ali, as mulheres da comunidade lavavam suas roupas, tiravam água para o banho e os afazeres domésticos. O período exato que o poço deixou de existir, ninguém sabe direito. O sobrou do local que deu nome ao bairro foi a controvérsia dos moradores que disputam no "gogó" o conhecimento do local exato. "Cada um fala que era na sua casa e esse caso já rendeu várias discussões. Mas, não se sabe qual era o ponto exato do poço. O que não temos dúvida, é de que ele existiu", afirma o vereador Luiz Poção. Entre as contradições e paradoxos do bairro existe o de até hoje ter ruas em que os moradores das casas não têm a escritura do terreno. "Apesar de ter mais de século, tem ruas aqui nas quais os moradores só contam com o direito de posse e esse é um dos problemas que temos que resolver". PERFIL: O Poção, em Cuiabá, tem mais de 200 anos, conta com 4 escolas, sendo 3 públicas, 1 creche e um Centro Comunitário. O bairro conta com uma população de cerca de 5 mil habitantes. Ele está localizado no Centro da capital.

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